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Foto do escritorRafael Urquhart

Quando o tempo para no retorno a vida cotidiana? (22/abr)

A percepção do tempo muda a todo instante, se saio de ferias, ou vou para um local mais calmo, de alguma forma meu tempo interno se altera. Algo em mim acelera ou desacelera. Novos espaços para perceber outras coisas aparecem.

Ao retornar o tempo para, é como se a inércia do repouso se estendesse no tempo presente. Observo mais, estou mais no agora, mais sensível ao que acontece no entorno, mais conectado. Talvez a palavra adormecido encaixe bem, o tempo alargado de desconexão e mergulho profundo em si, faz com que a vida cotidiana não tenha espaço no retorno, é como uma luta interna buscando solução.

Parte do corpo quer se manter na serenidade da presença, e a outra parte exige que as tarefas ganhem foco e profundidade. O cotidiano de transito, encontros, desencontros, conversas e tempos destinados aos outros ganha força. Nesse momento o tempo para, no meu caso parou em uma viajem de retorno, 7 horas em pensamentos me preparando pra assumir outro tempo, uma imobilidade difícil de controlar.

Somo que minha mente simplesmente trava pensando no volume de situações e pendências adiadas, é como que no retorno exista uma vontade feroz de colocar tudo em dia, a vontade é parar, ficar nesse limiar entre descanso e ação, no momento presente pensando em futuro e sentindo o passado.

Só que não dá, é preciso seguir, continuar o caminho de aprendizagem.

Como sentir o futuro sem se prender ao passado?

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