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Foto do escritorRafael Urquhart

Está claro?

Pergunta que explora diferentes contextos.


Me vem na cabeça alguém dando uma ordem. "Está Claro?!"


Talvez precise mesmo de uma exclamação depois da interrogação.


Mas com mais ênfase ainda me faz pensar em quem diz e em quem houve essa pergunta enquanto ela é proferida.


Me coloco no lugar de quem escuta, e como pai, logo enseguida me coloco no contexto de quem fala.


Quantas vezes respondi que sim, dizendo o que esta claro para o outro?


Fico nesse lugar de que em toda micro-situação que se termina é possível emitir ou sentir um "Está Claro?"


Será.


Deveria! não?


Coloco em duvida quem me lê, mas coloco em duvida e em paradoxo a mim mesmo. Como seria se eu tivesse clareza de que a cada relação ou instante que termina posso me perguntar pra mim mesmo se está claro.


E aumente a potência deste esta claro, se eu passar a olhar para o sentido, significado, sentimento, razão ou ainda sensação que a situação causa em mim, como eu percepo ela. Até mesmo quando respondo em esta claro, talvez em situações em que eu discorde mas precise concordar com o outro. Está Claro?


Como respondo está claro? Olhando para as conexões e integral de todas micro-situações que captei essa clareza.


Se volto no tempo, olho para meus 42 anos, e agradeço aos passos e momentos claros ruins e bons, observo com a lente daquilo que realmente importa, e me mantenho nesse lugar de valor, de clareza, de integridade. Ponto mesmo. É nesse instante que rezide a tua essência, "valer a pena", talvez valer a morte, ou valer ao fim. É, "ao fim", por que no fim todo mundo morre, ciclo curto, ciclo pequeno, azar ou sorte de um ciclo grande. É o que todos querem "um grande ciclo para fazer valer ao fim".


E me parece claro que servindo enquanto me sinto fazendo isso de coração me abastece com maior intencidade desses momentinhos de clareza. Parece que o tempo anda devagar, na percepção, mas rapido no relogio quando estamos "servindo com o outro"seja brincando, se divertindo, fazendo algo com presença que não vemos o relógio girar.


É, quando olho assim posso ter servido bastante com os outros, quando não estive trabalhando. E é curioso porque me sinto sempre descortável com relação ao trabalho, quando retorna o sentimento de estar trabalhado para isso, ou para aquilo, para uma rodovia, para um bairro, para uma ponte, para um projeto ou um processo, para uma confusão ou um problema, pensando sempre na solução, e não no servir ou serviço a que, recebe essa solução.


É como se segamente eu sempre tivesse me focado no problema ou solução, já tentei pelas duas pontas, e não é sobre o paradoxo do problema x solução, mas sim "de quem serve" x "de quem é servido". Servido por uma melhoria, servido por um ganho de tempo, servido por uma experiência, e principalmente servido pelo lucro que esssas trocas geram para trocarmos por equivalência por outros serviços.


Será que está claro?


Sim, está claro que já se foram 42 anos, por muito tempo falei em voz alta, que 70 me bastavam, assinava agora se tivesse a certeza de que isso é possível. E me dou conta que venho me cuidando e garantindo que isso se cumpra, com minha saude mais gorda, que causa probleminhas adicionais, comprando problemas que não deveria resolver. Garantindo que o stress que gera ansiedade e que come por prazer, faça garantir um ser que dura até os 70 anos. Poderia aumentar um pouco essa régua, de que mesmo que tarde eu comece agora a me cuidar para os 84 anos. Na metade da vida, poderia olhar que o caminho ainda é bem longo na busca de clareza infinita.


Talvez agora me sinta com a metade da vida, por que nos 35 eu sentia que ainda não tinha chegado lá, verdade que os ultimos 7 anos foram de muito mais clareza que os 4 ciclos anteriores, não que nesse período eu não tenha voltado no tempo, na imaginação e nas me memórias para ressignificar e servir mais clareza para os ciclos anteriores. Consigo me perceber escolhendo aquilo que me é claro, frente ao que não era tanto assim e não importa mais. Me sinto de verdade pronto pra servir. Pronto para dar o melhor que tenho independente do resultado, mas sabendo que aquilo serve ao outro, serve ao próximo.


Talvez estradas sejam caminhos, talvez pontes sejam saltos, talvez ruas e movimento sejam energia, talvez ainda saneamento, esgoto, seja no fim só fluxo organizado pra termos água ou vida.


A perspectiva pode mudar, a partir de clareza. E acho que está claro como vim até agora, para viver com mais clareza no futuro, abastecido pelas clarezas do passado.


Por quê o que é simples não é caro?



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