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Foto do escritorRafael Urquhart

E se as vezes perguntas e reflexões não funcionam na dissolução de conflitos? (7/ago)

…silêncio…

Se conversar não serve, se ouvir não serve, se falar não serve, se perguntar não serve…só resta silenciar.

As diferenças doem, se afastam. É difícil lidar com o que não nos agrada, o mais fácil é se afastar, mas por tantos afastamentos é que não conversamos e não nos aceitamos mais. As vezes parece que falar, cobrar, ser forte ou falar firme soa como cobrança ou como característica de um sistema que não serve mais mas ainda está ai, e é preciso conviver com ele mesmo não gostando dele.

Vivemos numa cobrança exacerbada por coerência. Não uma cobrança alheia, mas uma cobrança de nós mesmos, ser coerente o tempo todo é tão utópico e duro, que tentar agradar a todos é complexissimo. Estou em transformação, estamos muitos em transformação, mas não posso negar omitir e esconder quem já fui, muito pelo contrario, esse estado de cobrança, dureza e rigidez que já ocupou 100% do tempo, ainda vai e vem, volta e se mostra contrário ao que falo de colaboração. O sistema ainda esta ai e estamos em contato com ele o tempo todo, sofrendo, lutando, tentando entender, e buscando outras formas, mas tudo e todos estamos nessa dança de vai e vem entre o que serve e o que não serve mais.

Hoje um projeto paralisou e ao mesmo tempo falou por si em duas perspectivas completamente diferentes.

Não consigo ser coerente o tempo todo, e é arrogância ou pretenção ser, simplesmente vou dançando conforme o que vai se apresentando, horas é legal, horas é terrível, e nesse vai e vem vou tentando encontrar o equilíbrio. Fui chamado de hipócrita, de incoerente, de controlador capitalista e de tantos outros julgamentos possíveis quando alguém te diz, tu é diferente do cara que li o que escreveu.

As vezes um lado sombrio meu aparece, repugnado por mim mesmo, o critico, severo, perfeccionista surge e cobra um valor mais alto dos demais. Isso assusta, afasta, gera conflitos, que podem ser conversados, ou como falei no inicio simplesmente silenciado, dando-se tempo para observar.

O mesmo que pergunta, é o mesmo que responde, e tenta responder, mesmo sabendo que esta resposta fica aqui e amanhã pode ser outra, a pergunta permanece, a resposta vai ficar neste dia, neste momento do Rafa que escreve hoje, que é diferente do de ontem, e será diferente do de amanhã, se existe coerência entre eles, não sei, talvez sim, talvez não. Simplesmente é um caminho de aprender a ir lidando com o que aparece da melhor forma. Se a porrada foi dura demais, talvez o silêncio seja o remédio para dar tempo, e mesmo que o silêncio seja a escolha, ainda assim nos afastarmos é uma opção, a ultima opção que acredito não ser a melhor, pois o afastamento dilui, quebra, reduz e separa.

Tempo, silêncio, reflexão, respiração e uma nova conversa. Conflitos não conversados crescem com fermento duplo no tempo, se multiplicam. Então talvez sim o silêncio seja um caminho, ou uma mediação, ou outra coisa que ainda está por vir nesse aprendizado diário de conflitar, perguntar, refletir e aprender.

Qual o foco na dinamica do tempo?

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