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Foto do escritorRafael Urquhart

Como desenvolver clareza coletiva?

Persistência pela obviedade transitória.


"É obvio!", "Até quando será obvio."


Fui buscar significados pelo obvio, ja que foi o que me apareceu. "Que não é suscetível de dúvidas; em que não há incerteza; evidente ou incontestável. substantivo masculino O que é evidente."


Obviedade está proximo de certeza.


Incrível como encontro contradição no meu próprio inconsciente. Consegui interpretar a clareza como oposto de certeza, mesmo que isso não signifique que clareza seja incerteza.


Acho que a incerteza é o padrão. É de fato tudo incerto, muitos ses, e nem a mais obvia ou clara das certezas detem 100% de chance, pelo simples fato da interrelação.


Volto a pergunta e me bate um olhar de paz. Talvez, só talvez, uma das infinitas formas de desenvolvermos clareza coletiva seja pela paz, pela calma, pela atenção, pela presença.


Quando estamos presentes, eu, quando eu estou presente, atento, calmo, escolho melhor, as vezes afoito atropelo, acelero, e talvez pela falsa certeza, acabe não estando em um cenário de clareza.


Quanto maior a segurança coletiva, ou seja, enquanto em mais numero de pessoas, talvez não concensuadas, mas que manifestem contradições suficientes a uma tomada de decisão, estas vozes em conjunto detem mais clareza. Isolados nas nossas telas, direcionados por algoritmos, talvez tenhamos uma falsa clareza pelo conhecimento, limitada ao individuo.


Confuso, sim. Quase apaguei o paragro anterior, mas ele traz em si um pouco desse como. Sentimos clareza quando nos sentimos seguros, quando reduzimos risco, quando o risco parece baixo. O problema é que só somos rapazes de mensurar o risco ao nosso alcance de vista, e não percebemos o impacto sistemico que causamos. Precisamos de ajuda, de sistemas funcionais que demonstrem os riscos das nossas ações e o impacto sistemico delas diametralmente opostos.


O que acontece com nosso lixo? Temos clareza de até onde ele vai e todo processo que ele percorre?

De onde vem o que comemos? Temos clareza do processo até chegar aqui?


Começo pelo comer, e pelo que sobra, ou pelo consumo e o que sobra do consumo, pois somos parte de um processo maior, onde de certa forma estamos no centro (pensamos que estamos como clientes).


O quanto um grito meu as 8 da manha, ou uma respondida atravessada a minha familia, impacta em quem se relaciona com esse outro no seguinte do dia?


Não tem como controlar. Fato. Mas é preciso a responsabilidade de ter claro que toda decisão individual sobrecarrega a confusão coletiva.


É na palavra, no ato, na ação que resiste o gatilho.


Eu uso mal a palabra que me é dada. Uso pouco o privilegio que tenho de decidir e impactar sistemicamente. Abuso pouco da minha capacidade de visão sistemica. Percebo que me diminuo no simples fato de achar que não faço. E isso não é clareza, é só incerteza.


É, comecei pelo coletivo e acabei falando de mim.


Percebo que desenvolver clareza coletiva não é uma ação individual, nem tampouco uma metodologia. É uma mistura de filosofia, com arte, com emoção. A clareza talvez se de pelo envolvimento, pelo sentir-se parte, pelo se enxergar na metáfora apresentada.


Gosto das metáforas por que elas levam nossa imaginação pra dentro.


Talvez, envolver, emocionar, comover seja um caminho.


Na arte, o objetivo é conectar e comover a plateia. (Marcio Libar). A realização do artista é quando ele comove, esse é o sinal que ele entregou o máximo de si, da sua narrativa, e envolveu a platéia.


Talvez, o palhaço do 10/12 ou o engenheiro do 11/12 estejam tão próximos um do outro nessa busca de clareza.


Está claro?




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